QUASE DOIS IRMÃOS
exibição comentada em 23 de junho
Fechando o ciclo de sessões comentadas desse semestre, será exibido Quase Dois Irmãos, dirigido por Lúcia Murat. O filme dá continuidade às discussões levantadas nas exibições de Xica da Silva e Quanto vale ou é por quilo?, centradas na formação social brasileira, assentada em relações escravistas e administrações em que o público e o privado se confundem. As tensões sociais apresentadas na história de dois amigos de infância: Jorge, negro e pobre, e Miguel, branco de classe média, que se reencontram em momentos diferentes da história brasileira. O destino dos garotos são distintos, porém sempre entrecruzando-se. Jorge se tornou um traficante e reencontra Miguel como prisioneiro político em Ilha Grande, durante a ditadura militar. Depois, novamente na cadeia, o agora senador Miguel procura o amigo, ainda encarcerado, para propor a implantação de um projeto social na área onde ele controla o tráfico de drogas. Em meio a isso, Miguel tenta evitar que sua filha continue a se envolver com um traficante. A narrativa trabalha com estereótipos correntes no imaginário social do país, destacando heranças do escravismo e a distância sócio econômica entre os brasileiros e o fantasma dos preconceitos; nos estimulando a (re)pensá-los.
Rodrigo de Almeida Ferreira
Sinopse
Quase Dois Irmãos (diretora Lúcia Murat, 2004)
Miguel é um Senador da República que visita seu amigo de infância Jorge,
que se tornou um poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para
lhe propôr um projeto social nas favelas. Apesar de suas origens
diferentes eles se tornaram amigos nos anos 50, pois o pai de Miguel
tinha paixão pela cultura negra e o pai de Jorge era compositor de
sambas. Nos anos 70 eles se encontram novamente, na prisão de Ilha
Grande. Ali as diferenças raciais eram mais evidentes: enquanto a maior
parte dos prisioneiros brancos estava lá por motivos políticos, a
maioria dos prisioneiros negros era de criminosos comuns.
fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-60537/