ARTE E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
Movimento artístico e sociedade é o eixo definido pela equipe do Luz, Câmera & História: o filme na sala de aula para os filmes deste 1º semestre de 2013.
São muitos os exemplos na história do cinema de películas que abordam movimentos artísticos que expressam os conflitos e as renovações sociais. Essas representações transitam nos mais variados gêneros: documentários, cinebiografias, ficção.
A expressão artística é considerada um termômetro das tensões sociais. Alguns chegam a considerar uma frente de vanguarda que apresenta leituras de mundo que só as futuras gerações melhor compreenderão. Mas o fato é que os reflexos sociais, culturais, políticos e econômicos pautam a expressão artística; tornando rico historicamente o momento em que tais movimentos se articulam.
Diante desse cenário, os filmes que integrarão as sessões comentadas do Luz, Câmera & História... são:
Meia Noite em Paris, dirigido por Woody Allen (2011). Neste longa, de grande sucesso de público e crítica, o diretor leva seus personagens a um fantástico retorno a efervescência cultural de Paris dos anos 1920, quando artistas de múltiplas nacionalidades conviviam e criavam boa parte da arte que seria base da cultura ocidental do século XX. Não tem como não se surpreender pelas representações de Picasso, Brunel, Dali, Gertrude Stein...
Tropicália, dirigido por Marcelo Machado (2012). Aclamado pela crítica, o documentário apresenta uma estrutura narrativa criativa e envolvente, contando com imagens inéditas e entrevistas dos participantes de um dos mais expressivos movimentos culturais brasileiros. Em plena ditadura militar, a juventude brasileira conheceu pela expressão tropicalista a contestação não apenas política, mas cultural de nossa sociedade. Os tropicalistas não passaram incólume nem mesmo pelos seus pares das artes, mas sua estética ajudou a entender o Brasil do século XX.
Rock Brasília - Geração de ouro, dirigido por Vladimir Carvalho (2011). Apesar de alguns considerarem que a Geração 80 foi uma geração sem criatividade, o documentário de Carvalho recupera o importante movimento de bandas de garagem surgidas em Brasília, no mesmo período em que o Brasil passava pela convulsão sócio-política da redemocratização. Bandas como Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, que depois se consagraram na indústria cultural, foram a voz de uma juventude que cresceu na ditadura e clamava por liberdade. Contestador em essência, o rock'n'roll grita nesse filme seu recado à política institucional.
Esperamos que possa participar dessas sessões artísticas, musicais, políticas e históricas.
Em breve, mais informações.
Rodrigo de Almeida Ferreira