LUZ, CÂMERA E HISTÓRIA: O FILME NA SALA DE AULA

LUZ, CÂMERA E HISTÓRIA: O FILME NA SALA DE AULA

O projeto de pesquisa e extensão Luz, Câmera e História! o filme na sala de aula
foi idealizado pelo historiador Rodrigo de Almeida Ferreira e implementado no Centro Universitário UNA (Belo Horizonte/MG), em 2009. A proposta é refletir sobre o uso pedagógico de um filme e seu papel na educação não-escolar, ou seja, referente a qualquer espectador, estudante ou não, especialmente em relação a temas ligados à História, política e cidadania.

O projeto favorece aos graduandos dos cursos de História e de Pedagogia da UNA discussões qualitativas referentes à relação entre o cinema e a educação. Um segundo momento das atividades do grupo é a exibição comentada de filme para a comunidade escolar de ensino básico. Trata-se de um espaço de integralização entre a teoria e a prática docente. No campo social, as sessões comentadas favorecem o contato de estudantes do ensino básico com o mundo universitário. São momentos em que ocorre a universalização do saber acadêmico junto à comunidade.

domingo, 15 de julho de 2012

 LUZ, CÂMERA E HISTÓRIA: O FILME NA SALA DE AULA! 

ASSISTIU...  VIOLETA FOI PARA O CÉU

Nuestra América! A história da cantante Violeta Parra é contada na película Violeta foi para o Céu, dirigido pelo compentente cineasta Andrés Wood (dirigiu entre outros Machuca), baseado no livro homônimo escrito pelo filho da cantora, Ángel Parra.  
Violeta Parra tornou-se referência para a música popular chilena. Mestiça indigena, viveu uma infância pobre. Enfrentou muitas dificuldades para ter seu talento e trabalho reconhecidos. Autodidata,  aprendeu violão empreendendo os ritmos de comunidades locais andinas. Também por observação, pintou quadros e criou tapeçarias, chegando a expor suas peças no Louvre. O filme aborda ainda sua atribulada vida emotiva, com intensos conflitos e paixões que tanto influenciaram suas escolhas. 
Para além da arte, Violeta se dedicou à memória da cultura andina. Procurou os anciões das vilas e aldeias interioranas para pesquisar e registrar a tradição. Usou seu talento para tornar pública essa história, bem como registrar a pobreza e exploração do povo: a metáfora entre a galinha e o gavião é representativa. Talvez um ponto que merecia maior esclarecimento está em como - em um período de intensa mobilização social na América Latina em meio à Guerra Fria - o partido comunista chileno e a intelectualidade à esquerda a abraçaram.  
Provavelmente, um restrito círculo conhece essa história. No Brasil, talvez a referência maior recaia nas regravações de Chico Buarque e Elis Regina. A própria distribuídora do filme apela para uma infeliz comparação entre o trabalho com a tradição popular emrpeendido por Parra (que chegou a criar um centro de arte folclórica, onde viveu até seus últimos dias) com o folk cantado por Bob Dylan. 
Se fosse apenas para registrar a história dessa mulher, artista e batalhadora dos Andes, já valeria o ingresso. Mas o filme é uma poesia, uma música. Seus atores interpretam com maestria e tem recebido prêmios pela atuação. A fotografia, a estrutura narrativa, os cortes e a montagem, a trilha sonora... enfim, um filme que justifica o cinema como sétima arte.

Rodrigo de Almeida Ferreira

Ficha Técnica
Diretor: Andrés Wood
Elenco: Francisca Gavilán, Thomas Durand, Christian Quevedo, Gabriela Aguilera, Roberto Farías, Marcial Tagle, Juan Quezada, Sergio Piña, Daniel Antivilo, Pedro Salinas
Produção: Paula Cosenza, Denise Gomes, Patricio Pereira, Pablo Rovito, Fernando Sokolowicz
Roteiro: Eliseo Altunaga
Fotografia: Miguel Ioann Littin Menz
Duração: 110 min.
Ano: 2011
País: Chile/ Argentina/ Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Ancine / Andrés Wood Producciones
Classificação: Livre
Disponível em http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/violeta-foi-para-o-ceu/id/18191

Um comentário:

  1. Difícil termos acesso a filmes bons que retrate as culturas latina, agora mesma estava a assistir Indiana Jones, filme belíssimo, criado por Steven Spielberg, mas tendencioso devido a uma certa “exaltação” da cultura Norte Americana. É sempre bom saber, conhecer e compreender um pouco mais sobre outras culturas. Bacana a dica do Luz, Câmara e História...

    Até..,
    Angela Medeiro

    ResponderExcluir